Do som sem mácula
Tenho ouvido menos música. Uma mistura de sons na memória, que se instalou com o vento, obriga-me à quietude. Não tenho encontrado música que me apeteça mais que ficar parada a lembrar-me de todos os sons possíveis num oceano abandonado. Não são muitos, não são muito variados – são, todavia, sons essencialmente limpos, e isso é uma novidade, um terceiro estado elementar do som a par da música e do silêncio. Também esta memória, mais que um exercício de raciocínio, me é imposta pelo corpo.
Do que me lembro de forma voluntária é do poema de Arthur Dove:
«A way to look at things
We have not yet made shoes that fit like sand.
Not clothes that fits like water,
Nor thoughts that fit like air.
There is much to be done –
Works of nature are abstract,
They do not lean on other things for meaning.
The sea-gull is not like the sea,
Nor the sun like the moon,
The sun draws water from the sea,
The clouds are not like either one –
They do not keep one form forever.
That the mountainside looks like a face is accidental.»
No ano passado encontrei este poema na exposição "Alfred Stieglitz y su círculo", no Reina Sofia. Estava exposto, em castelhano, numa parede. O catálogo da exposição, completíssimo, ignorava-o – era essa a única ausência. Tentei imaginar alguns versos em inglês, procurei-o na internet, encontrei-o, postei-o no blog para o guardar. Pareceu-me importante saber onde encontrá-lo, onde lê-lo quando fizesse mais sentido.
19.3.06
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