Largo
Passo a tarde a perseguir o sol com a mesa da biblioteca. Estou às avessas com o computador. Há muito vento, se me sento quieta em frente ao sol há muito vento, mas sinto-o melhor (circula entre os meus braços) ao fim do dia, e custa-me aceitar a existência de um diário dependente da electricidade, cores e sons dependentes de códigos.
Trata-se de uma negação do corpo, implacável como uma certeza – sei de onde vem, embora a compreenda pouco. Não digo que não sei como resolver isto – e não sei – porque gosto disto – e não quero.
Não dou por encerrado o blog porque a impossibilidade lógica de postar que se seguiria tornaria irresistível postar – a incoerência exerce sobre mim poderosa atracção. Continuo. Mas tenho mais que fazer: ir, entre posts, até onde as pessoas, vistas daqui, parecem fósforos.
Trata-se de uma negação do corpo, implacável como uma certeza – sei de onde vem, embora a compreenda pouco. Não digo que não sei como resolver isto – e não sei – porque gosto disto – e não quero.
Não dou por encerrado o blog porque a impossibilidade lógica de postar que se seguiria tornaria irresistível postar – a incoerência exerce sobre mim poderosa atracção. Continuo. Mas tenho mais que fazer: ir, entre posts, até onde as pessoas, vistas daqui, parecem fósforos.