A LIBERDADE
Ela chegou por essa linha branca, tanto podendo significar o início da alvorada como a vela do crepúsculo.
Passou as praias maquinais, passou os cumes esventrados.
Terminavam a renúncia com rosto covarde, a santidade da mentira, o álcool do algoz.
O seu verbo não foi um cego aríete, mas uma tela onde se inscreveu o meu sopro.
Com um passo que somente se poderia desorientar atrás da ausência, ela chegou, cisne sobre ferida, por essa linha branca.
René Char > Sós permanecem (1938-1944) > FUROR E MISTÉRIO
Trad. Margarida Vale de Gato > Relógio d'Água, 2000
Ela chegou por essa linha branca, tanto podendo significar o início da alvorada como a vela do crepúsculo.
Passou as praias maquinais, passou os cumes esventrados.
Terminavam a renúncia com rosto covarde, a santidade da mentira, o álcool do algoz.
O seu verbo não foi um cego aríete, mas uma tela onde se inscreveu o meu sopro.
Com um passo que somente se poderia desorientar atrás da ausência, ela chegou, cisne sobre ferida, por essa linha branca.
René Char > Sós permanecem (1938-1944) > FUROR E MISTÉRIO
Trad. Margarida Vale de Gato > Relógio d'Água, 2000