1.3.06



Beethoven > Symphony No.7 in A Major, Op. 92 - II. Allegretto








Não sei dizer porquê. Desde miúda, em mim, o que no mundo é mundo, largo de espanto e de liberdade, está irremediavelmente ligado a Beethoven. Quando era adolescente, na época das crises existenciais e afins, se me acontecia a dor, depois do pensamento e da quietude obsessivos, depois do silêncio, quando achava que era tempo de renascer, ouvia-o. Antes e depois disso, sempre, se os dias me afastam desse espanto e dessa liberdade essenciais, volto a ouvi-lo. Quando me esqueço de me apaixonar, ouço-o. Ouço-o quando me sinto estrangeira, para reencontrar uma casa e uma pátria. Ouço-o quando descubro e quando agradeço. Também não sei dizer se é bom ou se é mau, isto. É meu e pronto. Estive no fundo do mar, no fundo do tempo. Tudo está quieto, nada está quieto. Mudo, mas regresso. Por isso hoje há Beethoven, que é mais que música.

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